Bem vindos ao Blog da Escola Municipal

DEPUTADO RENATO AZEREDO!!!


Este blog foi criado para promover uma maior integração entre profissionais e estudantes da nossa escola. Contamos com a participação de vocês para transformá-lo numa ferramenta de conexão em que todos os membros possam agir, interagir e trocar experiências sobre assuntos diversos.

terça-feira, 8 de março de 2016

8 de Março - Dia Internacional da Mulher na EMDRA


A comunidade escolar da EMDRA (pais, mães, professores, funcionários e estudantes) reuniram-se, hoje pela manhã, na quadra da escola, para comemorar o dia Internacional da Mulher.

O dia 8 de março é constantemente lembrado, pela mídia e pelo comércio como uma data em homenagem à mulher pelo seu importante papel na sociedade. Esse papel é reconhecido, em geral, pela presença da mulher na família, na criação dos filhos, no mercado de trabalho, nas tarefas de cuidado com a saúde e com o meio ambiente. Os comerciais de TV, outdors e panfletos de propaganda enfatizam como características femininas a dedicação, o carinho, a atenção e o desprendimento, e incentivam o reconhecimento do valor da mulher através de presentes como flores, bombons e cartões. 

Contudo, o que boa parte das pessoas não se lembra, ou nem sabe, é que a comemoração do dia 8 de março está mundialmente vinculada às lutas femininas por melhores condições de trabalho e de vida. Ou seja, o Dia Internacional da mulher é, historicamente, um dia de luta!

Desde o século XVIII, as mulheres saem às ruas em passeatas, manifestações e fazem greves. As primeiras reivindicações eram por redução jornada de trabalho, que chegava a 16 horas por dia, no século XIX, e pela igualdade salarial, pois elas chegavam a receber até 60% menos do que os homens pelo mesmo trabalho. 

Um fato marcante nesta luta foi a ocupação de uma fábrica de tecidos que ocorreu na cidade de Nova Iorque, no final do século XIX. Nesse episódio histórico, as trabalhadoras foram trancadas dentro da fábrica que pegou fogo, matando 129 mulheres. Em memória das trabalhadoras falecidas, o dia 8 de Março foi reconhecido pela ONU, no final da década de 1970 como Dia Internacional da Mulher. 

Através dos tempos, muitas foram as lutas e as conquistas femininas, entre elas podemos citar: o direito de frequentar curso superior; o direito de praticar esportes considerados incompatíveis com a condição feminina, tais como: futebol, todos os tipos de luta e halterofilismo; o direito de dispôr do seu patrimônio sem a tutela de um homem (pai ou marido); o direito ao voto e o direito de se candidatar a cargos políticos. 

Hoje, é possível dizer que a condição da mulher melhorou bastante, mas ainda está longe de ser ideal, além da diferença salarial entre homens e mulheres que ainda existe, o grande desafio do movimento de mulheres hoje é pela redução da violência contra mulher. Dados nacionais sobre a violência doméstica apontam que 38,72% das mulheres em situação de violência sofrem agressões diariamente; e que  para 33,86%, a agressão é semanal. Em 67,36% dos relatos, as violências foram cometidas por homens com quem as vítimas tinham ou já tiveram algum vínculo afetivo: companheiros, cônjuges, namorados ou amantes, ex-companheiros, ex-cônjuges, ex-namorados ou ex-amantes das vítimas. Já em cerca de 27% dos casos, o agressor era um familiar, amigo, vizinho ou conhecido.

Contudo, existe uma outra grande luta feminina e que se relaciona diretamente com a educação dos meninos e meninas da nossa sociedade: a divisão das tarefas domésticas. Isso porque apesar de ocupar boa parte dos postos de trabalho, as mulheres ainda são as principais responsáveis pelos cuidados com a casa e com os filhos. Assim, é muito importante que as crianças (meninos e meninas, indistintamente) sejam educadas para colaborar nas tarefas domésticas, a fim de que as mulheres sejam tão livres, como os homens, para participar da vida econômica, social e política.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Que tipo de educação, para qual sociedade?




A educação é uma tarefa social e, como tal, está intrinsecamente relacionada à sociedade almejada. Dessa forma, antes de enfrentar a questão sobre o que seria uma educação de qualidade, precisamos tentar responder às seguintes perguntas:

Que tipo de ser humano queremos formar através da educação? Para que tipo de sociedade? 


No dia 23 de fevereiro, os professores da Escola Municipal Deputado Renato Azeredo reuniram-se para discutir as concepções de educação escolar que circulam na sociedade e refletir sobre as intenções educativas compartilhadas na escola.

O objetivo é estabelecer alguns consensos para orientar o trabalho pedagógico da escola. Todos estão convidados a contribuir com essa reflexão, anexando, aos comentários dessa postagem, a sua opinião sobre o tema.

Pense e contribua!





sábado, 20 de fevereiro de 2016

SEMINÁRIO/2016 DA EMDRA


Proposta pedagógica não é apenas um documento escrito. Isso não quer dizer que o documento final seja sem importância, ele é muito importante. Entretanto, proposta pedagógica é, antes de tudo, debate e reflexão coletivos.


Com o objetivo de propiciar a reflexão e o debate sobre o processo pedagógico que se realiza em nossa escola, convidamos a comunidade escolar: professores, diretores, funcionários, pais, mães, familiares e estudantes a participar do Seminário Pedagógico/2016.


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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O pensar e o conhecimento




O pensamento filosófico busca desnudar a nossa compreensão sobre o mundo, como forma de nos levar para além das aparências.  Leva-nos a perceber que as coisas não são simplesmente o que vemos. Há uma realidade que depende de certo esforço para ser tocada.

Valorizar essa capacidade de refletir sobre a vida e a sociedade é essencial atualmente. O sistema capitalista selvagem em que vivemos nos programa a não pensar. Na infância, tentamos nos compreender no mundo. É a fase dos porquês. Queremos saber a razão e o funcionamento de tudo. Não temos medo de fazer perguntas que para o outro possam parecer ridículas. Os anos iniciais na escola são provas disso. Mas pouco a pouco somos levados a acreditar que tais questões não são importantes nem necessárias, pois já existem respostas prontas para tudo. Cabe a nós aceitarmos a norma e o padrão que a sociedade ou os deuses deixaram. Nos dias de hoje, podemos dizer, aceitar o que os  meios de comunicação apontam como verdade.

A questão é que não podemos ser humanos plenos enquanto vivermos dessa forma. Talvez o que nos diferencie dos outros animais seja nossa capacidade de criar e recriar a nossa relação com o outro e o mundo. Dessa forma, precisamos repensar esse estar no mundo como algo não dado, mas que pode ser construído. Para isso precisamos voltar a pensar e a perguntar.

Dizem os doutos que é preciso aprender a pensar.  Alguns afirmam que esse deve ser o principal objetivo dos educadores. Concordo com a importância do desenvolvimento dessa habilidade de reflexão para a existência de seres mais cientes do seu estar no mundo, que possam reagir à apatia geral diante do sistema ideológico massificante. Temos a ilusão de vivermos muito informados, já que nunca se produziu tanta informação como hoje. Mas esse excesso de informação pode até atrapalhar a formação do saber, já que o que se valoriza é o acumulo e não a análise dos fatos.

Sabemos que o pensamento gera um certo desconforto, pois nos leva a ver além das sombras que estamos acostumados a compreender como a verdade. Pensar dói mais do que uma ferroada de abelha. Causa mais instabilidade que o pular de um cavalo bravio.  Pode gerar um mal-estar como uma pedrinha no sapato.  Entretanto, penso ser o caminho para uma sociedade de seres mais autônomos e responsáveis por suas ações e relações com o mundo. Seres que estabelecerão o seu próprio princípio de felicidade e não se submeterão simplesmente ao mercado. Seres que deixarão de ser "gado, marcado e feliz" como afirma a música "Admirável  gado novo" de Zé Ramalho.

Márcio Ramos

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

COMPAIXÃO


Ao contrário dos animais, cujo sentido da vida é dado geneticamente, os seres humanos precisam construir um significado para a sua trajetória no mundo. Uma aranha já nasce com a capacidade de tecer teias e as abelhas não precisam ser ensinadas a fazer o mel. Além disso, nenhuma das duas se pergunta se o que fazem é bom ou não. Elas simplesmente fazem, e a determinação de fazer é inata, assim como a capacidade para fazer. 

O ser humano, por outro lado, precisa escolher o caminho que quer trilhar na vida. Segundo Ortega y Gasset: “Essa vida que nos é dada, nos é dada vazia e o homem tem de ir enchendo-a, ocupando-a. As nossas ocupações são isto. Tal não acontece com a pedra, a planta, o animal. A eles é dado o seu ser já prefixado e resolvido.” Ao homem, a natureza não dita o que tem que fazer. Ele precisa escolher por si só.

Essa escolha, no entanto, é amplamente influenciada pela vida social, de forma que, em grande parte das vezes, o indivíduo acredita não ter escolha. Entretanto, a circunstância de estarmos vivos no mundo não nos impõe uma única ação, mas várias possibilidades. Até mesmo a decisão de entregar a orientação das nossas vidas a outras pessoas é uma escolha nossa e, portanto, o que vai acontecer a partir daí é nossa responsabilidade.

Nos tempos atuais, a principal forma de preencher a vida, adotada pelos seres humanos, gira em torno dos valores materiais. O modelo de ser humano que hoje prepondera é o Consumidor. Segundo esse modelo, o sentido da vida humana está em obter cada vez mais dinheiro, para consumir cada vez mais. Assim, desde que nascem, os indivíduos aprendem a orientar as suas vidas pela busca do dinheiro, de forma a acreditarem que esse é o único caminho possível. 

Contudo, apesar dessa aparente determinação social, o ser humano é livre para escolher um outro caminho e, embora os modelos sociais apontem todos para a busca de dinheiro, o ser humano é capaz de “ocupar” a sua vida com outros valores. 

A questão material é importante no que se refere ao suprimento das nossas necessidades. Ou seja, de fato o dinheiro é importante para que tenhamos comida, abrigo e proteção, entretanto, ele não nos realiza como seres humanos. Assim, quando orientamos nossa vida, apenas pela busca do dinheiro e das possibilidades de consumir que advêm dele, nos desvalorizamos enquanto seres humanos.

Para o professor Jaílson de Souza e Silva, fundador do Observatório de Favelas no Rio de Janeiro, o ser humano pleno tem 4 dimensões:

A 1ª dimensão é a da singularidade: somos seres humano únicos, temos uma história única e opiniões, gostos e dores próprios. A 2ª dimensão é a do pertencimento: desde que nascemos somos inseridos numa família que é o nosso primeiro grupo de pertencimento, a partir daí a escola, a igreja, o time de futebol, etc. são aspectos da existência que nos constituem como um ser social. A 3ª dimensão é a do humano-genérico e a 4ª é a ecológico-global. 

Entretanto, a maioria de nós se relaciona apenas no âmbito das duas primeiras dimensões e tende a desvalorizar o outro, o diferente, o que não participa dos meus grupos. Assim, a morte de um parente ou de um colega de classe é bastante comovente, mas a morte de um garoto, na favela, não me toca em absoluto. Se nos mantemos apenas nessas duas dimensões, aprendemos a desvalorizar a vida de outras pessoas. 

Quando a manchete de jornal diz que 11 bandidos foram mortos num confronto entre policiais e traficantes, não lamentamos a morte desses indivíduos porque o nosso senso “moral” diz que somos diferentes deles, que somos superiores. Assim, os moradores das favelas (tratados todos como bandidos) não são reconhecidos como seres humanos.

Para que aprendamos a olhar para todas as pessoas como seres humanos, precisamos desenvolver a dimensão humano-genérica. Essa 3ª dimensão proposta por Jaílson e nos ajuda a reconhecer a humanidade que há em todos os homens. Ela nos conecta aos seres humanos pelo que todos nós temos em comum: o fato de termos sido lançados no mundo, sem manual de instrução e de termos que decidir a nossa vida a cada minuto. Diante dessa constatação, os sofrimentos, os problemas das nações atingidas pela guerra, das crianças órfãs, dos velhos desvalidos, não nos são indiferentes. 

A wikipédia define compaixão da seguinte forma:

Compaixão (do latim compassione) pode ser descrito como uma compreensão do estado emocional de outrem; não deve ser confundida com empatia. A compaixão frequentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outro ser senciente, bem como demonstrar especial gentileza com aqueles que sofrem. A compaixão pode levar alguém a sentir empatia pelo outro. A compaixão é frequentemente caracterizada através de ações, na qual uma pessoa agindo com espírito de compaixão busca ajudar aqueles pelos quais se compadece.

Daí a importância da compaixão na realização da experiência humana. É através da compaixão que sentimos como nossa, a dor dos outros seres humanos. Essa dor compartilhada nos motiva a lutar por mais justiça e mais oportunidades de bem-estar. Essa dor compartilhada é que deveria ser o motor das ciências, das políticas das artes. 


EU NÃO PEDI PRÁ NASCER - FACÇÃO CENTRAL






Jonilson C3

Minha mão pequena bate no vidro do carro
No braço se destacam as queimaduras de cigarro
A chuva forte ensopa a camisa, o short
Qualquer dia a pneumonia me faz tossir até a morte
Uma moeda, um passe me livra do inferno,
Me faz chegar em casa e não apanhar de fio de ferro
O meu playground não tem balança, escorregador
Só mãe vadia perguntando quanto você ganhou
Jogando na cara que tentou me abortar
Que tomou umas cinco injeções pra me tirar
Quando eu era nenê tento me vender uma pá de vez
Quase fui criado por um casal inglês
Olho roxo, escoriação, porra, que foi que eu fiz?
Pra em vez de tá brincando tá colecionando cicatriz
Porque não pensou antes de abrir as pernas,
Filho não nasce pra sofrer, não pede pra vir pra Terra.


(Refrão 2x)
O seu papel devia ser cuidar de mim, cuidar de mim, cuidar de mim
Não me espancar, torturar, machucar, me bater, eu não pedi pra nascer

Minha goma é suja, louça sem lavar,
Seringa usada, camisinha em todo lugar
Cabelo despenteado, bafo de aguardente `
É raro quando ela escova os dentes
Várias armas dos outros muquiadas no teto
Na pia mosquitos, baratas, disputam os restos
Cenário ideal pra chocar a UNICEF,
Habitat natural onde os assassinos crescem
Eu não queria Playstation, nem bicicleta
Só ouvir a palavra "filho" da boca dela
Ouvir o grito da janela "A comida tá pronta",
Não ser espancado pra ficar no farol a noite toda
Qualquer um ora pra Deus pra pedir que ele ajude
A ter dinheiro, felicidade, saúde
Eu oro pra pedir coragem e ódio em dobro
Pra amarrar minha mãe na cama, pôr querosene e meter fogo

(Refrão 2x)

Outro dia a infância dominou meu coração,
Gastei o dinheiro que eu ganhei com um album do Timão
Queria ser criança normal que ninguém pune,
Que pula amarelinha, joga bolinha de gude
Cansei de só olhar o parquinho ali perto,
Senti inveja dos moleque fazendo castelo
Foda-se se eu vou morrer por isso,
Obrigado meu Deus por um dia de sorriso
À noite as costas arderam no couro da cinta,
Tacou minha cabeça no chão
Batia, Batia, me fez engolir figurinha por figurinha
Espetou meu corpo inteiro com uma faca de cozinha
Olhei pro teto e vi as armas num pacote,
Subi na mesa, catei logo a Glock
Mãe, devia te matar, mas não sou igual você,
Em vez de me sujar com seu sangue eu prefiro morrer....
(Refrão)